domingo, 23 de junho de 2013

More Than This - 15º capitulo

                Eu estava acordada, mas não queria abrir os olhos. Minha cabeça latejava, e eu sabia que o ambiente era bem iluminado. Tentei me lembrar do que havia acontecido. Nada. Tentei lembrar de onde poderia estar. Nada.
— Ela está acordada. – falou uma voz calma. Logo depois ouço o som de uma porta se fechando.
— Anna? Fale comigo.
                Anna? Eu era Anna? Abri os olhos. Uma garota, aproximadamente com seus 20 anos, estava olhando para mim com olhos atentos. Ela parecia preocupada. Como não respondi, ela forçou a resposta.

— Anna? Responda!
— Quem é você?
                Ela parecia ter tomado um choque. Se afastou de mim, e se sentou numa cadeira ao longe. Continuou olhando para mim, como se esperasse alguma coisa, alguma reação. Continuei olhando para a desconhecida.
— Não se lembra de mim?
— Não. Eu deveria?
— Eu sou... Scarlett. Sua amiga. Não me reconhece?
— Não.
— Onde está Louis? Preciso chama-lo!
                Louis? Tentei lembrar-me de algum Louis. Nada. Porque me sentia tão confusa? O que todas essas pessoas queriam? Tentei me levantar, mas estava cheia de tubos e pelo que parecia, eu tinha uma perna quebrada.
— Não se mova. Eu já volto!
                A garota que se identificou como Scarlett saiu do quarto, me deixando sozinha. Examinei o ambiente. Tinha duas cadeiras posicionadas ao lado da cama, e outra ao longe. Havia uma porta lateral e outra em frente a mim. A porta se abre novamente. Desta vez, três pessoas entram.
— Anna? Você está bem?
                Era um cara mais ou menos alto. Podia ver que seus olhos eram azuis, já que estavam arregalados. Ele se aproximou de mim, como Scarlett, e olhou nos meus olhos. Exatamente como ela, parecia que esperava alguma reação de mim.
— Estaria melhor se soubesse porque estou aqui.
— Não se lembra mesmo? De nada?
— Porque todo mundo me faz essa mesma pergunta?
                Por algum motivo, ele saiu do quarto e bateu a porta com força. E então, percebi que havia mais alguém na sala. Um homem alto que deveria ser o médico, olhava para mim de longe. Não demorou muito para ele falar.

— Você sofreu um traumatismo craniano, Anna. – ele repondeu.
— Obrigada por me informar.
— De nada.
— Porque não me lembro de nada?
— Perda de mémoria. Logo voltará ao normal.
— Qual é o seu nome?
— Dylan. Eramos amigos quando estudamos juntos no Brasil, mas você não deve se lembrar disso.
— Não.
— Anna, você receberá alta essa tarde. Poderá voltar para casa, mas quero que descance e obedeça a Scarlett.
—... Tudo bem.
— Ótimo. Até outro dia.
¥
                Scarlett me levou para uma casa gigante, que disse que era nossa. Como eu estava de muleta, ela levou minhas coisas até o quarto que seria meu. Ele era grande, e tinha uma cama enorme. Depois de arrumar tudo, ela me chamou para assistir TV.
— Anna, não se lembra de mim? Mesmo?
— Não, sinto muito Scarlett.
— Caralho, para de me chamar de Scarlett! Você sempre me chamou de Scar!
— Desculpe... É que...
— Já sei! Você não se lembra! Quer saber, eu vou dormir. Boa noite.
                Ela foi embora e me deixou sozinha. Eu não sabia se deveria ficar ali ou iria dormir também. Por meio das duvidas, escolhi a segunda opção. Vesti uma roupa que pensei ser o pijama e me deitei na cama. Dormi rapidamente.

¥
                De manhã, Scarlett saiu para se encontrar com alguém. Me deixou sozinha em casa, dizendo que eu poderia fazer o que quisesse. Bem, não extamente o que quisesse, já que eu ainda tinha uma perna quebrada. Vesti o que achei mais conveniente, e fui conhecer a casa.
                Parecia que tudo era tamanho GG, a cozinha era enorme, como a sala, os quartos e banheiros. Quando estava passando em frente a sala de jogos, notei uma porta diferente, um pouco mais velha. Pela curiosidade, acabei entrando.
                Era um porão, mas não parecia com um. As paredes tinham tons de azul, vermelho e branco, com muitas notas musicais. Tinha papeis por todo o canto e vários instrumentos. Havia uma cabine de gravação num dos cantos. Era muito lindo.
                Tentei imaginar quem poderia ter feito um lugar tão perfeito. Eu não sabia tocar nenhum instrumento, pelo menos não me lembrava de saber. Mesmo assim, me sentei ao piano, e tentei me lembrar de alguma música. Nada.
─ Porque minha mente não funciona direito?!
                Finalmente reparei em um dos papeis que estavam em cima do piano. Tinha várias notas, e no topo estava escrito “Skyscraper”. Coloquei o papel em um lugar onde pudesse ver e tentei tocar. Não saiu muito bem, já que não me lembrava.
─ Anna? Está tocando? – era Scarlett. Já havia voltado.
─ Não, quer dizer... Eu só estava vendo... É um lugar muito legal aqui.
─ Imagino que não se lembre que você mesma fez aqui, não é?
─ Eu?
─É. Anna, você sabe porque construiu isso aqui?
─ Não.
─ Você é uma cantora famosa, Anna. Por isso construiu isso aqui. Para treinar e escrever músicas.
─ Sério? Que legal!
─ Eu falei com sua empresaria, Sophie, hoje. Ela disse que seria bom se você aprendesse músicas novas. Está disposta a tentar?
─ Claro. Mas... Minha voz é tão boa assim?
─ Sua voz é perfeita. Uma mistura saudável de Jade Thirlwall e Demi Lovato. Foi o que os críticos disseram.
Quem são elas?
─ Você vai descobrir logo. Amanhã começaremos os treinos, ok?
─ Tudo bem.
─ Vamos às compras! Uma ótima forma de comemorar.
                Bem, ela não me deu chance de escolha. Mesmo de gesso e cheia de machucados no rosto, Scar me levou para o shopping. Comprou uma quantidade exagerada de roupas vermelhas, de um tom parecido com meu cabelo. Muitos sapatos também.

                Voltamos para casa antes da noite. Ela selecionou um filme e ficamos assistindo, comendo pipoca. Scar não me deixou dormir tarde. Ela parecia bem mais animada agora. Fiquei feliz por isso. Logo eu já estava dormindo.
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                A manhã seguinte foi mais animada. Scarlett imprimiu muitas músicas. Muitas MESMO. A primeira que me interessei se chamava “Underground”. Por algum motivo, me identifiquei com a letra. Scar me mostrou a música em seu iPod. Depois, me chamou para o piano.
­­­­­­­— Se lembra de como se toca?
— Eu acho que não me esqueci disso.
— Perfeito! Tente.
Tripping out
Spinning around
I'm underground
I fell down
Yeah, I fell down
I'm freaking out
So, where am I now?
Upside down
And I can't stop it now
It can't stop me now
Oooh Oooooh Oooohhh
Oooh Oooooh Oooohhh
I'll get by
Oooh Oooooh Oooohhh
I'll survive
When the world's crashing down
When I fall and hit the ground
I will turn myself around
Don't you try to stop me
Oooh Oooooh Oooohhh
I won't cry
I found myself
In Wonderland
Get back on
My feet again
Is this real?
Is it pretend?
I'll take a stand
Until the end
Oooh Oooooh Oooohhh
I'll get by
Oooh Oooooh Oooohhh
I'll survive
When the world's crushing down
When I fall and hit the ground
I will turn myself around
Don't you try to stop me
Oooh Oooooh Oooohhh
I won't cry
Oooh Oooooh Oooohhh
I'll get by
Oooh Oooooh Oooohhh
I'll survive
When the world's crushing down
When I fall and hit the ground
I will turn myself around
Don't you try to stop me
Oooh Oooooh Oooohhh
And I won't cry
                Eu não sabia se havia ficado bom, mas pela expressão de Scar, imaginava que sim. Treinamos mais algumas músicas e então fomos assistir TV. Algumas horas depois, o telefone tocou. Scarlett atendeu.

“Alô?... Oi, Dylan... Sim, ela está bem... Estou fazendo com que ela exercite a voz... Não, não houve danos... Quer falar com ela?... Tudo bem, eu levo ela ai... Até.”

4 comentários:

  1. Anaa,

    Como foi que ela sofreu o traumatismo craniano?? Veii, eu já disse e vou disser de novo!! VOCÊ DEVERIA SER ESCRITORA!!

    Love,

    Teté

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    Respostas
    1. Obrigada por ler!! Estou com saudades!! É que o ônibus caiu em uma ribanceira, e como Scarlett estava no fundo do ônibus, não foi atingida. Anna estava na parte da frente, e bateu a cabeça com força no teto. Sinistro, eu sei.
      Te lovo muito, Beijos!!

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